8 DE JANEIRO
Um guia para abordar os atos antidemocráticos um ano depois
Ataque à democracia
Em 8 de janeiro de 2023, a democracia brasileira sofria um atentado golpista. Com vandalismo, invasões e depredações, Brasília foi ameaçada por uma multidão de extremistas apoiadores de Jair Bolsonaro. Agora, um ano depois, qual a visão remanescente desse acontecimento?
Para esse episódio do Como Falar Sobre, o nosso assunto é o 8 de janeiro. Conversamos com mulheres jovens e conservadoras para entender o que restou da narrativa que, um ano atrás, gerou tanto afastamento da figura de Jair Bolsonaro.
Esse público foi escolhido pois é formado por pessoas que votaram em Bolsonaro no segundo turno, elas condenavam os atos, mas não atribuíam responsabilidade a Jair e queríamos entender as razões disso e os argumentos mais persuasivos.
8 pontos narrativos sobre o 8 de janeiro
Recomendações
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Não adianta tentarmos convencer os bolsonaristas que já foram convertidos ao extremismo, temos que focar em quem ainda tem salvação. Por isso, nosso público são aquelas pessoas que votaram em Bolsonaro, sim, mas apenas no segundo turno, que acabaram escolhendo ele mais por não quererem votar em Lula de forma alguma. Além disso, é interessante ter um recorte de idade, focando na juventude — que é sempre mais adepta à conversa.
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O Instagram é a rede social que esse público mais utiliza para se informar sobre o mundo. Dessa forma, nesse 8 de janeiro temos um objetivo: aumentar a quantidade de postagens no Instagram sobre o assunto.
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Ainda que lembrem do 8 de janeiro de forma negativa, a maioria das pessoas esqueceu da gravidade dos atos golpistas. Por isso, trazer imagens, vídeos ou notícias que mostram na íntegra tudo o que aconteceu naquele dia faz com que esse público fique alarmado, chocado e até mesmo indignado. Especialmente as cenas em que os criminosos atuaram contra animais, machucaram policiais e deixaram toda a bagunça para os funcionários dos prédios da Praça dos Três Poderes limparem.
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É de suma importância divulgar os desenvolvimentos jurídicos dos casos que envolvem os criminosos do 8 de janeiro. Isso para demonstrar que as punições estão de fato sendo aplicadas e acabar com essa imagem de impunidade veiculada aos terroristas.
Metodologia
Foram realizados 04 grupos de discussão online com mulheres que declaram se interessar e conversar um pouco sobre política no seu dia a dia. Selecionamos quem votou em qualquer candidato no primeiro turno das eleições de 2022, menos em Bolsonaro, mas que no segundo turno, votou em Bolsonaro como opção para presidência do Brasil. Também foi filtro no recrutamento o entendimento de que nenhuma delas acredita que as eleições foram fraudadas e tão pouco participaram de alguma manifestação online ou nas ruas contra o resultado das eleições.
A composição da amostra considerou moradoras de Porto Alegre, de 18 a 25 anos, da classe C, de diferentes religiões, configuração de lares e raça, que foram ouvidas nos dias 04 e 05 de dezembro de 2023.
Em relação ao 8 de janeiro, excluímos da amostra mulheres que concordam com a ação de manifestantes bolsonaristas que ocuparam o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF. E organizamos os grupos a partir da avaliação sobre a responsabilização de Bolsonaro em relação a invasão dos prédios dos três poderes, sendo:
02 grupos com mulheres que responsabilizam Bolsonaro pela invasão do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF;
02 grupos com mulheres que não responsabilizam Bolsonaro pela invasão do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF.